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terça-feira, 2 de julho de 2013

Investigadores criam vacina que evitou malária em ratos de laboratório

Segundo investigadores da Universidade de Griffith, em Queensland, a vacina contra todas as variantes da malária poderá ser encontrada em breve. Os cientistas conseguiram imunizar pequenos ratos de laboratório e procuram voluntários para perceber a eficácia do tratamento em humanos.
Um trabalho de investigação realizado por cientistas da Universidade de Griffith, na Austrália – e publicado no Journal of Clinical Investigation – permitiu abrir portas para a criação de uma vacina, capaz de imunizar ratos (para já) contra todas as estirpes da malária, doença que mata cerca de 600 mil pessoas, todos os anos.
Os investigadores australianos consideram que o seu estudo foi bem sucedido, mas pretendem agora perceber se terá o mesmo resultado em humanos. E nesse sentido procuram voluntários, para tentar criaruma vacina contra a malária.
Em laboratório, os cientistas conseguiram criar imunidade à doença através de uma dose única desta vacina, em ratos, sendo que foram os glóbulos brancos dos pequenos roedores que combateram o parasita que transportava a malária. O resultado do trabalho surpreendeu os próprios cientistas.
“Para nossa grande surpresa, verificámos que os animais, depois de protegidos, ficaram imunes não apenas à estirpe para que foram tratados mas para todas as estirpes de malária a que foram expostos”, sustentou Michael Good, coordenador da investigação, num comunicado, citado pelo jornal Público.
Todos os anos morrem cerca de 600 mil pessoas vítimas da malária, a maior parte das quais crianças que vivem em África. O combate a esta doença tem suscitado diversos estudos, com a finalidade de diminuir a mortalidade e controlar o mosquito que transporta a doença.
Recentemente, um estudo concluiu que o mau cheiro dos pés pode servir de armadilha para o vírus da malária. Num estudo da Escola de Higiene e de Medicina Tropical de Londres, os cientistas captaram odores dos pés de voluntários, colocando-os em tubos de ensaio. Posteriormente, libertaram insetos e concluíram que estes procuraram mais aqueles que apresentavam odor, em especial o cheiro a chulé.
A pesquisa prossegue, com a identificação dos compostos químicos que compõem este cheiro dos pés. Depois, nascerão as armadilhas, que tentarão enganar um sentido de olfato apuradíssimo dos mosquitos da malária.
Num relatório da OMS divulgado no final do ano passado, apontava-se uma redução de mortes por malária na ordem dos 20 por cento, em todo o mundo. Segundo a mesma entidade, em 2009, teriam morrido 781 mil pessoas.
No entanto, um estudo publicado no ano passado veio revelar que, apenas no ano de 2010, terão perdido a vida 1,24 milhões de pessoas, o que representa cerca do dobro do valor apontado pela Organização Mundial de Saúde.
Esta pesquisa norte-americana, mais recente, estudou as últimas três décadas e avaliou diferentes critérios, que nunca antes tinham sido considerados. Desde logo, o acesso aos cuidados de saúde e os mecanismos de combate à malária.
A malária – uma doença causada por um mosquito e é transmitida através de uma simples picada – terá atingido o pico de mortalidade em 2004, segundo este estudo, que aponta 1,8 milhões de mortos.
A partir daquele ano, regista-se uma diminuição progressiva, o que significa que as estratégias de combate á doença estão a produzir efeitos. De qualquer forma, segundo a OMS, metade da população mundial enfrenta o risco de contrair malária.
Os investigadores norte-americanos consideram ser impossível erradicar a doença nos próximos anos. Este estudo acaba por representar o conhecimento da realidade da malária em todo o mundo: o conhecimento real da situação é a melhor forma de traçar planos para o combate à doença. E esse é o grande mérito desta pesquisa.

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