Em Maio foi atingido o recorde de concentração de dióxido de carbono no ar, 400 partes por milhão - e este patamar deve ser comum nos próximos anos. Mas na prática, o que significa? Redução na produção agrícola de alimentos como o arroz, feijão, soja, milho e trigo, segundo investigadores do Cena (Centro de Energia Nuclear na Agricultura), unidade da USP (Universidade de São Paulo) em Piracicaba, que simularam um ambiente saturado de CO2.
Com mais dióxido de carbono, a planta produz 5% menos folhas e tem os talos, que têm fibras indigestas, aumentados em 8%. Assim, a braquiária perde valor nutricional e aumenta ainda mais a emissão de metano pelos bovinos, o que significa mais gases com efeito de estufa.
Os cientistas criaram uma área controlada onde a concentração do dióxido de carbono na atmosfera seria de 550 ppm (parte por milhão), o que corresponde a uma estimativa que seria alcançada em 30 anos. Actualmente, temos entre 370 e 390 ppm na atmosfera.
«A elevação de CO2 aumenta a fotossíntese e a produção de biomassa na braquiária», explica Abdalla. Porém, o algodão também sofrerá com uma menor produtividade.
Outra especialista da Embrapa Jaguariúna, local onde foi feita a experiência, está a avaliar o impacto no café e a qualidade do grão. Já se sabe que com o ambiente modificado a planta pode crescer e produzir mais, contudo a qualidade do grão e a fragilidade para doenças também tendem a aumentar, o que coloca os pesquisadores em alerta.
O campo da Embrapa, que fica no município de Jaguariúna/SP, é onde está localizado esta experiência. A área possui 12 redondéis, com 10 metros de diâmetro, nos quais seis são equipados com injecções de C02 no seu interior, criando a atmosfera de CO2 elevado. A outra metade possui atmosfera ambiente.
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